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domingo, 11 de março de 2018

Ao Domingo com... Maria Jorgete Teixeira


Nasci em Angola, na província do Cunene. Quando eu nasci a minha mãe estava sozinha, apenas na companhia de umas amigas uma vez que o meu pai tinha partido em comissão militar para Macau. A minha mãe regressou a Portugal tinha eu apenas um mês. Foi em casa dos meus avós paternos que passei os três primeiros anos de vida, entre as sopas de “calondro” da avó Maria e os cuidados das tias Emília e Cecília porque a minha mãe, entretanto, tinha adoecido com febre reumática o que a impedia de cuidar de mim.  Esse foi o meu ninho, o lugar de afecto sempre intacto.
      A minha infância foi passada entre Portugal e Angola, de onde saí definitivamente em 1961 devido ao início da guerra colonial. Esta partida constituirá um dos cortes mais sofridos da minha vida de criança. África com o seu calor, alegria e liberdade nunca saiu da minha memória.
      A adolescência, passada em Vila Real, foi uma época tristonha. Numa sociedade repressora e claustrofóbica, era complicado romper as correntes e descobrir os desafios próprios da idade. Mas foi aí que me formei, entre as leituras dos livros requisitados na Biblioteca itinerante da Gulbenkian, o Liceu e a escrita do diário e cartas para uma grande amigacom quem, em virtude de alguns problemas, comunicava muitas vezes através de cartas e bilhetinhos. Os
nossos escritos, para cá e para lá, foram alavanca para participar em concursos de escrita e alguma colaboração em jornais locais e escolares.
      A literatura sempre fez parte da minha vida, tanto a nível pessoal como profissional. Licenciei-me em Línguas e Literaturas Modernas e fui professora de Português no Ensino Básico e Secundário.
      Mas o tempo e outras actividades mais prosaicas e urgentes foram adormecendo em mim esta faceta até que ela ressurge como catarse e forma de superar uma fase mais complicada da vida. Comecei a escrever e publicar no Facebook (aliás o eco positivo que nesta rede social obtive foi determinante na decisão de editar) e em alguns jornais e revistas.  Participei ainda em algumas antologias, das quais destaco “Erotismus” por ser a primeira vez que vi as minhas letras escritas num livro.
      Em 2015 sai o meu primeiro livro a solo “O coração é puta sempre à espera” edição da Alfarroba. É um livro em prosa poética, intimista, que, apesar de conter textos isolados, tenta fazer o percurso da vida de uma mulher e de cuja edição, ilustrada, gosto particularmente.
      Em Novembro de 2017, também com a Editora Alfarroba, aventurei-me a publicar o livro de contos “Mulher à beira de uma largada de pombos” inspirados em canções de José Afonso.
      E gostaria muito de publicar ainda outras coisas, entre elas um romance.
      Será?

Maria Jorgete Teixeira

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